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Da produção de cana-de-açúcar no Pólo Agro-Industrial de Malanje, em Cacuso, vão ser extraídos 16 mil metros cúbicos de etanol e 155.000 megawatts de energia eléctrica.
Única na produção de açúcar, etanol e energia eléctrica derivada de cana-de-açúcar, a Biocom possui uma área produtiva de 80 mil hectares.
Para este ano, a colheita deverá atingir mais de 530 mil toneladas de cana-de-açúcar.
Em 2020, com o aumento da capacidade de produção da primeira fase do projecto, vão ser processados 2,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 256 mil de açúcar, 235 mil megawatts de energia eléctrica e 33 mil metros cúbicos de etanol. 
De acordo com o director-adjunto da Biocom, Luís Bagorro, com o aumento da capacidade de produção, o projecto atinge a sua fase de maturidade, o que permite que todas as famílias tenham um quilo de açúcar Kapanda a um preço razoável. 
“Sentimos o orgulho em fazer parte do desenvolvimento do país e consecutivamente na diversificação da economia nacional. Com a produção e comercialização do açúcar Kapanda, os angolanos passam a consumir um produto com garantia de qualidade e ao menor preço”, disse, acrescentando que a produção de açúcar nesta primeira fase, que culmina em 2020/2021, vai ser exclusivamente para o consumo interno. “Queremos com a nossa melhoria de serviço garantir ao país uma redução considerável de importação de açúcar”, explicou Luís Bagorro.

Maior investimento privado

A Biocom representa actualmente o maior investimento privado de Angola, fora do sector petrolífero, e é um importante activo de desenvolvimento nacional. Com um investimento de 750 milhões de dólares, é a primeira empresa angolana a produzir açúcar cristal branco, etanol e energia a partir da biomassa ou bagaço da cana-de-açúcar. O processo industrial e agrícola da empresa utiliza tecnologia de ponta.
Localizada no Pólo Agro-Industrial de Kapanda, em Malanje, no município de Cacuso, a Biocom ocupa uma área total de 81.201 hectares, dos quais 70.106 são cultiváveis e 11.095 reservados à preservação da fauna e flora local.
As actividades da empresa englobam duas áreas de produção agrícola e industrial.
Os trabalhos na área agrícola funcionam durante todo o ano e incluem a preparação do solo, plantio/replantio e colheita da cana-de-açúcar, que este ano teve início em Junho e termina em Outubro.
O terreno utilizado para o plantio/replantio precisa de correcções e nutrientes que permitem maior produtividade agrícola. Nesta primeira fase, a plantação de cana-de-açúcar está a ser feita numa área de 42.500 hectares, dos quais 15 mil já se encontram plantados.
Já a actividade industrial funciona em tempo integral durante todo o período de colheita, produzindo açúcar, etanol e energia.
Nos demais meses do ano, a indústria opera com a produção de energia através da queima de cavaco de madeira oriunda do processo de supressão vegetal das áreas da fazenda. Este período também é aproveitado para proceder à manutenção de todos os equipamentos da indústria.
Este regime de operação é típico da indústria de álcool proveniente da cana-de-açúcar em qualquer parte do Mundo e decorre da impossibilidade de colheita no período de chuva.

Biocom em números

Na colheita 2015/2016, a Biocom produziu 24.770 toneladas de açúcar; 10.243 metros cúbicos de etanol e gerou 42.000 megawatts de energia eléctrica. Para o período  2016/2017, a produção vai ser de 47 mil toneladas de açúcar, 16 mil metros cúbicos de etanol e garantir a geração de 155 mil megawatts de energia. Para 2020/2021, quando atingir a capacidade máxima de produção da primeira fase, vão ser produzidos 256 mil toneladas de açúcar, 235 mil megawatts de energia eléctrica e 33 mil metros cúbicos de etanol.
O açúcar produzido pela Biocom é destinado ao consumo do mercado interno. Já o etanol hidratado tem servido a indústria nacional de produtos de limpeza e de bebidas espirituosas, tendo reduzido em mais de 60 por cento as importações. A energia eléctrica é negociada com a Empresa Nacional de Energia de Angola (RNT), estando actualmente a fornecer ao município de Cacuso e parte de Luanda.
A aposta forte em recursos humanos e estruturas físicas tem contribuído significativamente para a continuação da produção agrícola, estudos, pesquisas de laboratório, equipamentos de ponta e mão-de-obra qualificada.
Nesse sentido, conta com o mais moderno laboratório agrícola do país, com capacidade para analisar solos, folhas e adubos, e fornecer informações relevantes para a tomada de decisões técnicas que resultam numa melhor produtividade da cultura da cana-de-açúcar. O laboratório agrícola da Biocom está preparado também para prestar serviços a terceiros.
A empresa mantém o seu próprio viveiro, onde são avaliadas as espécies de cana-de-açúcar mais adequadas às condições climáticas e de solo da região. O viveiro de mudas pré-brotadas da Biocom tem por objectivo acelerar, através da multiplicação rápida, as variedades com alto potencial de produtividade agrícola e alta qualidade da matéria-prima. São 36 as variedades de cana-de-açúcar importadas da África do Sul, Brasil e Índia, das quais dez já se encontram plantadas numa área de 15 mil hectares.
A Biocom é pioneira no uso de técnicas avançadas de manejo da cana-de-açúcar. Este ano, a empresa iniciou a pulverização agrícola, para o controlo de pragas e adubação, com recurso a uma aeronave. Foi a primeira experiência desse tipo em Angola pós-independência.

Potencial de desenvolvimento

A produção em Malanje é multifacetada. Homens e máquinas tiram partido de um potencial de desenvolvimento. No total, 2.125 trabalhadores dão suporte ao projecto que garante uma Angola melhor.
Domingos Ngola, topógrafo e Texeira Pedro, líder de frente, naturais de Cacuso, agarraram a oportunidade de aderir ao projecto.
O espaço onde exercem actividade corrente correspondente a 50 campos de futebol. A experiência na plantação de cana-de-açúcar torna a esperança dos jovens mais acesa. “É um bom projecto. É muito trabalhoso, mas vale a pena”, disse Domingos Ngola, que perdeu a conta do espaço que já marcou em dois anos de trabalho.
Embora parte do trabalho seja desenvolvido por máquinas de alto padrão tecnológico, o humano é importante. Teixeira Pedro sabe bem o que cada uma delas representa para o grupo. “Temos aqui equipamentos com custos acima dos 50 mil dólares e é preciso que quem esteja a manejá-los seja integralmente responsável”, disse.
Na área de corte, carregamento e transporte, Ricardo Guerra orienta mais de 100 pessoas. De nacionalidade brasileira, diz-se orgulhoso da equipa que tem. “São muito jovens e têm mais vontade de aprender e isso ajuda muito a fazer com que tudo corra como planeado”, sublinhou
Ana, Francisca e Susana trabalham na colheita. As três fazem parte do turno da manhã e têm por missão dar o aval aos camionistas que transportam a cana-de-açúcar para a fábrica onde o produto é processado.
Nesta área, as três mulheres preenchem a ficha de ordem de colheita. “É uma área muito importante e de muita responsabilidade, porque é daqui que sai a matéria-prima para a produção do açúcar, etanol e energia eléctrica”, explicou Ana.
Para a colheita de 2016/2017, foram definidos três áreas, cada uma com 200 hectares.
Reinaldo Huambo trabalha há um mês e sente a diferença na sua vida. “É tudo muito diferente. A organização é maior e a responsabilidade também”, referiu.

Produção de açúcar

Toda a produção agrícola tem como objectivo alimentar a indústria instalada numa área de 17 mil hectares para a produção de açúcar, etanol e energia eléctrica. O processo de transformação desses produtos é longo. Ele começa com a colheita da cana-de-açúcar que é 100 por cento mecanizada.
Depois, a cana-de-açúcar é transportada por camiões até à indústria, onde é descarregada, picada e desfibrada. Na fábrica, a matéria-prima passa por um difusor, onde é extraído o caldo para a produção de açúcar e etanol. Nesta etapa, o bagaço é separado e processado nas caldeiras para gerar vapor, que é enviado para as turbinas dos geradores de electricidade. O caldo passa por um tratamento com aquecedores, decantadores e filtros para remover as impurezas. Depois de ser clarificado, o caldo passa por vaporizadores que removem grande parte da água e o transformam em “xarope”, que é por sua vez bombeado para os “tachos” de cozedura para a cristalização do açúcar.
Depois disso, as centrífugas separam os cristais de açúcar do líquido açucarado. De seguida, o açúcar passa pelos secadores para retirar a humidade contida nos cristais. À saída do secador, o açúcar é enviado até ao silo ou armazém, onde é ensacado e depois comercializado a granel.

Comunidade

O incentivo ao desenvolvimento económico e sustentável para a promoção de renda faz parte da política social da empresa. É assim que mais de 300 famílias vêem beneficiando de um programa de agricultura familiar, onde todos os produtos são vendidos directamente à Biocom. A par disso, dirige um projecto de fabricação de sabão neutro a partir do óleo de cozinha usado. Mais de 20 mulheres da comunidade de Cacuso beneficiam do programa e têm a oportunidade de se desenvolverem profissionalmente e contribuir para o sustento das suas famílias.
Luís Bagorro disse que existe também um programa de desporto, educação, cultura e lazer que beneficia centenas de pessoas. A escola Palancas Negras, agregada ao projecto, oferece aulas de judo, jiu-jitsu e também actividades culturais para dezenas de crianças e jovens da região de Cacuso.